Compositor: Devendra Banhart
E cada mecha de seu cabelo é tal qual olho de inseto
E cada buraco em sua língua está sempre ocupado
Pelo leite solar
E cada cabeça de sua cabeça são campos de trigo dourado
Onde estou deitado
Onde eu estou adormecendo
E cada cilho de seu olho é tal qual alvas raízes
E cada linha de sua pele é tal qual raízes vermelhas
E o pescoço onde está sua cabeça é um túnel do entardecer
Mas as trevas virão
Mas as trevas virão
Decerto elas virão
E o seio em seu peito
É onde descanso
É onde eu me divirto
É onde me divirto
E um prego vermelho, longo
Que salta do seu dedo do pé
Faz cócegas no meu sangue
E muda o curso dele
E cada mecha de seu cabelo
É tal qual um olho de inseto
E cada buraco em sua língua
Está sempre ocupado
Pelo leite solar
E estou sempre atrasado, sempre atrasado
E estou sempre atrasado
É, estou sempre atrasado
É, estou sempre atrasado
E a suas tulipas negras do tempo
E as suas tulipas negras do tempo
E as suas mãos rejubilam-se nas minhas
E aquela semente, crescendo o dia inteiro
E aquela semente, crescendo a noite inteira
E as nossas veias se entreligam